17 de nov. de 2007

O amor não precisa razão...

Benny Franklin

Dizes-me não se lembrar de mim.
Pois eu não, por Deus não, não Te esquecerei
Até que me separe de minha lágrima
E até que se sequem os meus olhos,
Que têm armadilhas de prender quem os negue
Mesmo que se tente fugir deles,
Galgando as armaduras do sorriso

Neste tempo de espadas de beijos camuflados,
De partidas congeminadas,
De línguas adulteradas,
E de cabeças condensadas,
Não se pode dizer não
Sem encontrar uma fenda no coração,
Não se pode esconder uma faca no dente
Sem que os seus gomos nos cortem o rosto,
Não se pode armar um adeus
Que não vá explodir entre
Os nossos corpos.

Oh! Amor,Beija, por mim,
Os náufragos habitantes de Ti
E diz-me se deles a audácia
É tão grande quanto a minha.
Perdoa o perdão dos enamorados
Do íntimo de quem jamais o olvidou.
Diz-me se o divã de encontros e de desencontros,
É tão macio quanto o teu abraço...
Presenteia-me com âmagos e colagens onde a verdade,
Único tapume a resistir, reencontra flores
Entre penetrações recorrentes
E tão minguadas esquinas!

Ah! Dizes-me esquecer o amor.
Pois eu não. Por Deus, eu não o esquecerei!

Foto: Voos de Maria São MIguel



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