26 de nov. de 2011

Me abastecer!


Eliane Martins

Essa amplidão que se devora à partir de mim
repete-se sem licença, sem comportas fechadas
Migra do mundo e me abastece.

Considero até o infinito nesse universo
Considero até o insano,
O incasto
O arauto re-aparecendo

É a surdez do entardecer
que me causa torpor
Me inebria
vejo uma porta entreaberta
e parto em direção.
Estou tão sensata de mim
que é capaz de me perder.

vou embora....
que a noite não tarda em me abastecer.


Foto: Não sei a autoria
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