7 de ago. de 2010

limite

Sylvia plath
 
A mulher está perfeita.
Seu corpo

Morto enverga o sorriso de completude,
A ilusão de necessidade

Grega voga pelos veios da sua toga,
Seus pés

Nus parecem dizer:
Já caminhamos tanto, acabou.

Cada criança morta, enrodilhada, cobra branca,
Uma para cada pequena

Tigela de leite vazia.
Ela recolheu-as todas

Em seu corpo, como pétalas
Da rosa que se encerra, quando o jardim

Enrija e aromas sangram
Da fenda doce, funda, da flor noturna.

A lua não tem porque estar triste
Espectadora de touca

De osso; ela está acostumada.
Suas crateras trincam, fissura.





translated by Luiz Carlos de Brito Rezende
(in FOLHETIM Poemas Traduzidos, Ed. Folha de S. Paulo, Brazil, 1987, p. 65)

Ao som de João Gilberto (Desafinado) 

Foto:  Fragile by neeta

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