26 de jan. de 2009

Soneto do impossível

Abgar Renault

Não ouvirás nem luz, nem sombra inquieta
das sílabas que beijam tuas asas,
nem a curva em que morre a ardente seta,
nem tanta eternidade em horas rasas.

Não medirás a bêbeda corola
que abriste no final do meu sorriso,
nem tocarás o mel que canta e rola
na insônia sem estradas onde piso.

Não saberás o céu construído a fogo,
que tua jovem chave cerra e empana,
nem os braços de espuma em que me afogo.

Não verão os teu olhos quotidiana
a minha morte de homem embebida
no flanco de ouro e luar da tua vida.



Foto: 001 de Bubbles

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Ops! Desculpe ter apagado meu outro comentário. Eu havia dito que gostei de seu blog.
Parabéns.

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