2 de mar. de 2008

Cecília Meireles




Por que me falas nesse idioma? perguntei-lhe, sonhando.
Em qualquer língua se entende essa palavra.
em qualquer língua.
sangue sabe-o.
ma inteligência esparsa aprende
se convite inadiável.
Búzios somos, moendo a vidainteira essa música incessante.
Morte, morte.
Levamos toda a vida morrendo em surdina.
No trabalho, no amor, acordados, em sonho.
A vida é a vigilância da morte,
até que o seu fogo veemente nos consumasem a consumir.


Foto: Temáticas - Auto-retrato de antónio Delicado

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