3 de jan. de 2008

Abertura sob pele de ovelha



* Ariano Suassuna


Falso Profeta, insone, Extraviado,
vivo, cego, a sondar o indecifrável:
e, jaguar da Sibila – inevitável
meu sangue traça a rota deste Fado.
Eu, forçado a ascender, eu, Mutilado
busco a Estrela que chama, inapelável.
E a Pulsação do Ser, Fera indomável,
arde ao sol do meu Pasto - incendiado.
Por sobre a Dor, a Sarça do Espinheiro
que acende o estranho sol, sangue do Ser,
transforma o sangue em Candelabro e Veiro,
Por isso, não vou nunca envelhecer
com meu cantar, supero o Desespero
sou contra a Morte e nunca hei de morrer"


Foto: Ilusões de José Vaz de Meneses

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